O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil não está parado no cenário de crise internacional e chamou atenção para uma possível contração de economias emergentes dinâmicas, como a China.
"Temos que torcer para que a economia chinesa não tenha uma desaceleração, porque, aí sim, nos afeta", declarou Mantega a jornalistas, após participar da reunião de Coordenação Política do governo, na última segunda-feira (10/10).
Segundo o ministro, o Brasil não foi afetado no âmbito do comércio exterior, o que, para ele, será uma maneira de "contágio" caso a situação de falta de crédito no mercado interbancário persista. A maior preocupação do governo é a China, principal parceiro comercial brasileiro e grande exportadora de produtos manufaturados.
"Ela [China] está diminuindo as exportações e o nosso temor é que isso, de fato, acabe comprometendo o comércio entre países emergentes que se mantêm num patamar elevado", expressou Mantega.
Por outro lado, o ministro destacou que o Brasil, na condição de exportador de commodities, vem se beneficiando com a redução das exportações de produtos manufaturados.
"A balança comercial brasileira até melhorou e recentemente estamos com um saldo comercial mais alto, porque o país está exportando commodities a preços mais elevados", afirmou.
Durante a reunião no Palácio do Planalto, o ministro fez uma avaliação dos recentes desdobramentos da crise na Europa, como o rebaixamento do rating da Itália e Espanha e a ameaça de quebra do banco franco-belga Dexia.
Segundo ele, o comprometimento dos governos da França e da Alemanha em capitalizar bancos do continente, acalmaram os mercados. Mantega acredita, porém, que o enfraquecimento das instituições financeiras na Europa e os problemas de dívida soberana de países como a Grécia, ainda configuram situação perigosa para a economia mundial. "Seria prudente que os países europeus não deixassem nem quebrar uns nem outros, nem bancos nem países, senão a coisa poderia degringolar".
G-20
A crise financeira será o principal tema de discussão do encontro de ministros e presidentes de Bancos Centrais do G-20, que acontece esta semana em Paris, informou Mantega. Ele embarcou nesta terça-feira (11/10) para a capital francesa, onde cumpre agenda até sábado (15/10).
"Lá, teremos oportunidade de detalhar questões da crise, como talvez um reforço do Fundo Monetário Internacional (FMI), para que tenha mais recursos para enfrentar a situação desses países", explicou.
Fonte: Ministério da Fazenda
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