quarta-feira, 24 de agosto de 2011

IMPORTAÇÃO DERRUBA EMPREGOS, MAS APORTE DEVE CONTINUAR NO SETOR DE AUTOPEÇAS

O setor de autopeças deve crescer 3,3%, em 2011. A estimativa, porém, não leva em consideração as medidas de incentivo à indústria anunciadas dentro do pacote Brasil Maior. "As medidas não devem surtir efeito conforme esperado pelo setor e 2012 deve ser ainda mais preocupante", afirmou Paulo Butori, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), ontem durante simpósio da Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE) Brasil, em São Paulo.

Para Butori, com a maior entrada dos kits CKD, no País, houve uma queda de 50 mil postos de trabalho no mercado brasileiro. Porém, as montadoras garantem que não vão diminuir o volume de investimentos em tecnologia e automação. "Trabalhamos com uma média de R$ 5 bilhões de aporte, por empresa, para os próximos anos", afirma Vagner Galeote, diretor de Manufatura da Ford para a América do Sul e Presidente da SAE Brasil. De acordo com o empresário, a indústria automobilística se baseia em resultados de longo prazo.

Segundo a consultoria Roland Berger, a previsão é de que, até 2018, o Brasil chegue à marca de 5,5 milhões de veículos vendidos anualmente. Hoje, esse índice é de cerca de 4 milhões. Galeote não acredita que haja mudanças radicais no setor automotivo em razão da crise econômica que se anuncia. Entre 2011 e 2015, a Ford prevê investimentos de R$ 4,5 bilhões e a Fiat, R$ 10 bilhões.

Para o diretor de Engenharia e Estratégia de Produto da MAN Latin America, Gastão Rachou, os efeitos da crise não têm atingido o mercado de caminhões. "Os veículos comerciais brasileiros têm se tornado interessantes para todos os fabricantes mundiais", acredita. Para o executivo, os chineses precisam provar que têm a mesma qualidade dos veículos produzidos aqui. O índice de nacionalização da MAN Latin America está por volta de 90%, atualmente.

Parceria com montadoras

Para Rachou, a parceria entre fabricantes e montadoras é uma tendência que já acontece, inclusive, dentro da MAN Latin America. "A Maxion, que é nosso fornecedor, irá construir instalações vizinhas a nossa em Resende (RJ) para otimizar os negócios", disse o empresário. O crescimento da companhia deve ficar em torno dos 20%, durante este ano.

Recentemente, a alemã Mercedes-Benz também anunciou que parceiros como a Maxion e Randon terão unidades dentro da fábrica de caminhões que a empresa está montando, em Juiz de Fora.


Fonte: Diário do Comércio e Indústria

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