O país já é, há muitos anos, terreno fértil para grifes internacionais e nacionais fabricarem seus jeans. E se tornou, em função dos seus acordos comerciais, um bom ponto de partida para as exportações do setor. Agora, o Marrocos, expressivo quando o tema é indústria têxtil, e principalmente calças jeans, está dando as suas caras também nas lojas de roupas do Brasil. Na esteira de um dólar desvalorizado, entre janeiro e julho deste ano o mercado brasileiro adquiriu US$ 2,4 milhões em vestuário da nação árabe africana, dos quais US$ 944 mil foram em calças.
Os números são tímidos diante da imensidão de roupas que o Brasil importa e fabrica, mas cresceram sobre o ano passado. Nos seis primeiros meses de 2010, a receita das exportações de vestuário do Marrocos ao Brasil estava em US$ 1,05 milhão. As de calças em US$ 436 mil. O crescimento, no geral, foi de 133%, e, em calças, de 116%. Não há números de quantas destas últimas são jeans, apesar de ser este um ramo da indústria têxtil forte no país árabe e de que a maioria das calças importadas pelo Brasil do Marrocos é de algodão, que é matéria-prima do jeans.
O embaixador do Marrocos em Brasília, Mohamed Louafa, acredita que o comércio do setor e dos dois países em geral pode crescer ainda mais com a assinatura de um acordo comercial que o país árabe negocia com o Mercosul. E ressalta que o volume de comércio dos mercados marroquino e brasileiro vem crescendo nos últimos três anos. Neste ano, de janeiro a junho, por exemplo, as exportações do Marrocos ao Brasil saltaram para US$ 497 milhões, contra US$ 245 milhões nos mesmos meses de 2010.
Na área têxtil, a própria indústria brasileira está de olho no potencial do Marrocos como fabricante de jeans. O país árabe é um dos alvos do Programa de Exportação da Indústria da Moda Brasileira (TexBrasil) por ser um dos grandes produtores de jeans. O Brasil, por sua parte, se destaca na produção de denim, tecido usado na confecção das peças. De acordo com informações da embaixada do Marrocos em Brasília, existem no Marrocos mais de mil empresas têxteis, das quais 100 são da área de jeans. "O Marrocos dispõe de uma grande indústria têxtil", afirma Louafa.
As empresas são tanto de capital 100% marroquino, quanto empresas estrangeiras e companhias mistas. De acordo com o embaixador, o país fabrica todo tipo de jeans (desde mais populares até sofisticadas) e abriga grandes grifes de renome internacional. A indústria da área, segundo ele, é antiga, existe desde antes da Independência do país, em 1956, e se beneficia do acordo comercial que o país tem com a União Europeia. Tanto que a produção da indústria têxtil é dirigida principalmente para exportação. Os principais importadores, conta Louafa, são os mercados europeu e norte-americano.
No país árabe há tanto as fábricas de jeans que confeccionam e vendem suas próprias marcas, como as que fornecem para grifes e cadeias de lojas internacionais. Entre as que atendem terceiros está a Bermaille, empresa familiar de Casablanca que existe desde 1990. A companhia, que fabrica jeans esportivo, além de roupas femininas e infantis, diz em seu site que trabalha para cadeias de lojas europeias.
A Papman é outra empresa, de grande porte, de Rabat, que confecciona peças para cadeias de lojas. A capacidade é de 3,5 mil peças ao dia e os empregados são 300. A Aryan's, de Casablanca, vende com sua própria marca, peças em denim premium, e tem capacidade para 4 mil peças ao dia. A empresa tem 20 anos de existência.
Fonte: Agência Anba
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