terça-feira, 26 de julho de 2011

PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NA FEIRA INTERNACIONAL DE LUANDA TERMINA COM EXPECTATIVA DE US$ 32 MILHÕES EM NEGÓCIOS

As 34 empresas brasileiras que participaram da 28ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA 2011), em Angola, encerraram o evento com a expectativa de negócios da ordem de US$ 32 milhões para os próximos 12 meses. A FILDA terminou neste domingo (24/07) e teve a presença de 650 empresas de 36 países. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) coordenou o pavilhão brasileiro. Angola é o terceiro principal destino das exportações brasileiras na África e um dos mercados prioritários para as ações da Apex-Brasil.

Negócios


Para Amarildo Prusch, gerente comercial da Marcopolo, fabricante de ônibus sediada no Rio Grande do Sul, a FILDA foi uma excelente plataforma para prospecção de novos negócios. A empresa também negociou parcerias com o setor público e com empresas privadas. "Fizemos contatos muito bons, inclusive para fornecer ônibus em grande quantidade para o governo", explicou Prusch.


A Fugini, fabricante de enlatados, molhos, polpas e doces, exporta para 12 países e participou da FILDA pela primeira vez. A empresa já tem seus produtos distribuídos por empresas atacadistas brasileiras em Angola, e, segundo o gerente de Suprimentos, João Gilberto Ulian, a participação na Feira teve o objetivo de efetivar contatos com clientes em potencial. "Fechamos negócios com distribuidores dos supermercados locais", comemorou.


A empresa Cozex, de Recife, é especializada em consultoria e desenvolvimento humano nas áreas de estratégia e gestão, gestão estratégia de pessoas, treinamento executivo e ferramentas de avaliação. A sócia-diretora Lília Barbosa acreditou que o processo de internacionalização da empresa poderia começar por Angola, país que, segundo a executiva, é carente de treinamento em lideranças. "Este é um ótimo momento, porque o país está em um estágio inicial do desenvolvimento dos processos de gestão e necessita de lideranças fortes e pessoas capacitadas", explicou. "O desenvolvimento de lideranças aumenta o resultado da empresa em até 40%".


A empresa de pratos prontos congelados Maricota, de Minas Gerais, já exporta para Angola, Estados Unidos, Espanha e Luxemburgo. Mesmo assim, o executivo Júlio Cezar Ribeiro encontrou razões para participar da FILDA 2011: contatar novos parceiros para distribuição, fazer visitas de prospecção a potenciais clientes, conhecer produtos similares nos supermercados e divulgar os produtos no pavilhão brasileiro. "É sempre importante apresentar o produto, e estamos aprendendo que o mercado angolano tem que ser trabalhado e construído", explica. "Aqui, o consumidor não tem o hábito de comer pizza ou pão de queijo congelados, e o nosso esforço é para tornar esses produtos conhecidos, seja fazendo divulgação na Feira, seja promovendo degustações".


O desenvolvimento do setor de construção civil em Angola chamou a atenção dos executivos da Colibri, uma fábrica de móveis de Arapongas, interior do Paraná, que participou da FILDA pela primeira vez. Focado no padrão de consumo das classes C e D, o gerente de Exportação, Carlos Camargo Júnior, fez contato com seis empresas angolanas e tem perspectivas de fechar negócios com três. "A participação na FILDA com a Apex-Brasil ajuda muito, principalmente para aqueles que são iniciantes no mercado", afirma Camargo Júnior.


A Brasil Foods, também do ramo de alimentos congelados, já está no mercado angolano desde 2003. "Angola é um dos maiores mercados do mundo para a Brasil Foods", explica Thiago Maule Orso, representante da empresa. "É importante marcar presença na Feira, ter o contato direto com os clientes e até conversar com os concorrentes para que não se entre em uma guerra de preços".


A Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), parceira da Apex-Brasil no projeto Brazilian Cattle, integrou o pavilhão brasileiro na FILDA 2011 com quatro empresas. A In Vitro Brasil participou pela primeira vez do evento. Produtora de embriões bovinos, a empresa paulista também exporta tecnologia e treinamento para que os países montem seus próprios laboratórios. As perspectivas de negócios são excelentes, segundo o diretor-presidente, José Henrique Fortes Pontes. "A criação de gado em Angola está recomeçando, e o clima tropical, similar ao do Brasil, favorece a criação de gado", explica. Além de visitar fazendas, onde constatou que a estrutura para a criação de gado é precária, José Henrique avançou nas negociações com uma empresa brasileira que já está em Angola há mais de seis anos. Também apresentou a um representante do governo angolano um projeto de fixação do homem no campo por meio da introdução da raça leiteira Girolanda em Angola. "O governo deve organizar a distribuição de material genético aos criadores, possibilitando a produção de leite a um custo baixo".


A Wolf Seeds do Brasil, produtora de sementes para pastagens, já tem um parceiro comercial em Angola. "Estamos na FILDA para conhecer mais o mercado que está crescendo muito no segmento de agronegócios e fizemos vários contatos importantes", explica a supervisora de Comércio Exterior, Daniele Morotti, já comemorando as futuras exportações de sementes forrageiras para Angola.


"A JBS, empresa brasileira que é a maior produtora de proteína animal do mundo, exporta para mais de 80 países, inclusive Angola, e tem projetos ambiciosos para o mercado angolano, que incluem o desenvolvimento de projetos sociais com foco na geração de emprego e renda para a população local. Segundo Rada Saleh, representante da JBS na FILDA, a empresa não visa somente ações de compra e venda no mercado angolano. "Estamos fechando parcerias para distribuição e produção local e para transformar Angola em plataforma exportadora para os mercados vizinhos".


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